segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Duo

amor
a dor


uma linha tênue
separa o abismo

mas, ainda sim
mesmo em meio a queda,
o amor é maior
em todos os sentidos.

{carla kassis}
dezembro de 2014

Sobre seis meses

De julho até dezembro muita coisa aconteceu,
poderia ter vindo até à cápsula escrever sobre tudo
tudo mesmo, tudo e mais um pouco.

Mas, não quis. Tornei-me uma egoísta,
não quero repartir os poemas, 
não exatamente estes sobre os seis meses.

Meus seis meses de amor e ódio
do mais profundo abismo,
a mais alta glória.

Seis meses (...)
chegarão outros anos,
mas nada será como estes seis meses.

Nada.



{carla kassis}
julho - dezembro
2014

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Olhos

Julho não poderia passar vazio,
não mesmo.


Olhos

Ninguém pode dizer que lá no fundo,
bem no fundo dos seus olhos
há um universo escondido.

Ninguém pode dizer isso,
a não ser aquela que 
morou durante tanto tempo
dentro daquela imensidão negra, 
turva.

O que os seus olhos carregam,
são lembranças que eu deixei
não revele a ninguém,
são nossos segredos,
só nossos,
eternos.

{carla kassis}
Julho de 2014

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Do que tenho

Tive alguns amigos,
alguns amores também.
Muitos momentos bons,
sua grande maioria duraram 15 minutos.
Algumas vezes os momentos e os amigos voltavam, duravam um mês
e assim o ciclo continuava.
Nada terminava,
nada era igual.

Tive uma vida,
da qual posso me lembrar com orgulho e dor.
Tive quase tudo.
Hoje (acredito eu),
tenho só a mim mesma.



carla kassis
{junho de 2014}

terça-feira, 20 de maio de 2014

Mutantes


Relações sólidas,
líquidas,
plásticas,
ou como uma bolha,
que resplandece a cor
o brilho
tão sensíveis

que com um vento qualquer

(...)

carla kassis
{maio de 2014}

Verdades

1. verdades de um cotidiano comum


Relacionamento se constrói e se destrói.
A inconstância é um veneno.

Amor e verdade são antídotos mas, opcional.


2. verdades de um cotidiano comum

Da natureza,
nunca vi ser mais inconstante que o homem.



3. verdades de um cotidiano comum

Ser alguém de verdade,
não é algo tão praticado.


carla kassis
{maio de 2014}

sábado, 3 de maio de 2014

...

Quem era você?

Um olhar castanho,
era isso que eu gostaria
que estivesse aqui

Gostaria que nada estivesse 
perdido no tempo,
existe algum fio condutor
que fez com que tudo isso 
se perdesse?

Só consigo lembrar de uma sombra,
que dobrava a equina da avenida
cheia de sonhos
e planos

Quem é você?
Você pode me dizer 
no que se tornou?

carla kassis
{março de 2014}

Sem título

Todos os dias você veste sua capa
todos os dias os mesmos sorrisos
a mesma conversa, o mesmo copo vazio

Todos os dias você enfrenta a vida
fingindo que suas marcas não estão expostas
e por onde você passa 
rastros de gotas pretas e vivas do seu sangue
vão ficando pelo chão

Todos os dias você veste sua capa
e ela não te serve pra nada.


carla kassis
{maio de 2014}

Dois pedaços


das alegrias de 1990

quando eu ainda 
não conhecia
o amor




depois do sono

quando acordei
haviam peles
e palavras
envoltas
em uma atmosfera
de beleza
que duvidei estar acordada

carla kassis
{março de 2013}






segunda-feira, 24 de março de 2014

Suspiros

Fevereiro,
Março,
e eu
fomos esmagados,
sem sequer um fio
de luz
sem ar nos pulmões,
no solo seco
frio,
gélido,
ferido,

com flahs de esperanças
cortando
o fim de um dia


...




esquecido.








quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

...

Tão nobre
que não merecia,
Tão doce
suave
quieto

O olhar débil de Clara,
encontrou braços abertos
em um ninho silencioso

Foi o olhar mais
calmo e sincero
desde 1999



carla kassis
{janeiro de 2014}

registros

- sou mestre em construir casas
que não posso morar depois, disse ela.

e a saudade de vez em quando aparece,
como naquele dia em que dobrei a esquina,
lembra?


- eu gostava de você,
completou ele.


{carla kassis}
janeiro de 2014

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

...

poesia,
estado ou sentimento
em que Clara chega ao ápice
do que nunca se teve

é sua cela solitária
o chicote,
o prazer
a calma
que se perde
na alma.

{carla kassis}
janeiro de 2014

expressos II

foi durante a noite escura,
quando as poucas nuvens
cortavam o negro espaço
frio e vazio,
que ela rompeu

o silêncio
e sonhou com o eterno

{carla kassis}
janeiro de 2014

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

expressos I

olhava aquelas linhas tortas
queria encontrar nelas
o futuro,
saber se haveria ali
as escritas do seu passado
e se tudo o que fora vivido
estava mesmo registrado

aquelas linhas finas
diziam algo,
que ela não soube ler.

{carla kassis}
Janeiro de 2014

expressos

alguém poderia me dizer
em um bilhete
o que são sonhos?

...

Poesias em branco

Durante alguns dias procuro o que dizer,
o que escrever, farejo traços, coisas
como um cão treinado que corta as matas
a procura do alvo

Mas nada aparece, nenhum sinal
algumas palavras simplesmente escaparam dos meus dedos,
sinto um suor frio toda vez que penso naquelas frases não ditas
penso em cada uma que fugiu,
penso em quando voltarão

Quando?

{carla kassis}
Janeiro de 2014

Recomeço

Mais uma contagem de dias,
e a cápsula está aqui

Desejos e poesias descem calmamente
em nossa roda de linhas vivas

Que boas emoções estejam entrelaçadas
e que linhas novas façam brotar
o que há de melhor em nós.


{carla kassis}